9 de nov. de 2008

And I feel fine...



Eu até que tive a oportunidade de ir ao Planeta Terra com a Flavinha, que ganhou dois convites como recompensa pela atitude, mas, Offspring, Block Party e Kaiser Chiefs me perdoem, o R.E.M. ocupava um lugar maior no meu coração e na minha playlist.

Michael Stipe merece muito o meu respeito. Educado e carismático, ele é pura presença, sem afetações de roqueiro velho. Mandou ver no bailado jeitoso, desceu pra cantar no meio da galera e deu uma bitoca singela no companheiro de banda. O show não contou com pirotecnias hightech, seguiu a linha simples e o brilho ficou mesmo por conta de Stipe, Peter Buker e Mike Mills, que fizeram bonito.

O repertório perfeito combinou músicas do novo álbum "Accelerate", lançado em março de 2008 (destaque para Hollow Man), uma seleção caprichada dos antigos, com direito a Ignoreland, Imitation of Life, Orange Crush, Everybody Hurts, Man on the Moon (que fechou o show) e obviedades como The one I love, Loosing my Religion e It's the end of the world as we know it - que se confirma como o sucesso menos cantado de todos os tempos (sei de cor metade da primeira estrofe e 1/3 da segunda e já me considero quase uma lenda viva por isso). Mas o refrão estava na ponta da língua da galera, que interagiu bonito respondendo com um alto e bom "fine!" como resposta ao "And I feel..." de Stipe.



O vocalista foi aclamado quando tocou no assunto mais falado da semana e manifestou seu contentamento com a eleição de Obama, que ganhou imagens no telão com legendas tipo "Barak 'n Roll" (no show em Santiago, no dia da eleição, também rolou rasgação de seda).


Follow me, don't follow me
I've got my spine, I've got my orange crush

Orange Crush, do álbum Green

Há um tempo me questionava sobre quem seria o público brasileiro do R.E.M. em momentos "extra Rock in Rio", já que sempre tive a impressão, torta muito provavelmente, de que aqui eles não passavam de Loosing my Religion e Shiny Happy People - sem esquecer da já mencionada It's the end of the world..., um hit nos guetos indie. Foi engraçado ver a "garotada" na casa dos 40 tão emocionada quanto os fãs de vinte e poucos (e eu posso jurar que vi gente que não passava de 19). Sem tribos identificáveis, as camisetas com o nome da banda eram o máximo de label que os cariocas apresentaram. Uma gente da paz que completou o clima bom na HSBC Arena, que eu não conhecia, mas me surpreendeu como opção de local para shows.


Man on the Moon fechou o show do R.E.M.

7 comentários:

Deia Vazquez disse...

As musicas do REM dao vontade de amar, ne?

leoc. disse...

taí um show que eu gostaria muito de ter ido, não fosse o preço. vou ter que permanecer com a memória do rock in rio, o que já tá de bom tamanho.

Anônimo disse...

"Imitation of Life" não é do "Automatic", é do "Reveal". Do Automatic, teve "Drive", "Ignoreland", "Everybody Hurts", "Nightswimming" e "Man on the Moon".

l.c grazinoli disse...

Muita firula pra dizer que o show foi PHOODDA.

A digestora metanóica disse...

déia: acho que eles passam muito isso. tem uma leveza mesmo nas músicas mais tristes (tipo "everybody hurts"). confesso uma pelassaquice: passei a achar o michael stipe mais foda quando li sobre a força que ele deu pro thom yorke na fase da depressão braba.

leoc: meu ingresso foi presente, mas teria custado R$115,00, na meia (era um ingresso comprado pela internet e ninguém pediu carteirinha). eu pagaria esse valor tranquilamente, mas muito mais por uma questão de comparação. li no blog da folha ilustrada que a banda ficou meio puta com o preço dos ingressos aqui no brasil, o mais caro da américa latina. o REM, nessa turnê, optou mesmo pela simplicidade, como eu disse no post. não teve megaprodução, mas artista suando a camisa no palco. eles também fizeram questão de cantar em lugares menores. nisso, o show ficou com cara de festa de clube, mesmo sendo em lugar pequeno, com vários clarões nos lugares mais caros. bem feito para esses empresários pobres de espírito.ô ratataia infame!
mas enfim, minha opinião vocês já estão cansados de saber.

felipe: quando escrevi o post ainda não tinha crítica sobre o show no ar, de modo que tive mesmo que apelar para a minha memória. mas obrigada pelo complemento. tinha esquecido de "drive" e "nightswimming".

L.C.: que idéia! não tenho obrigação de ser minimalista. mas, sim, foda com PH é uma boa definição.

Anônimo disse...

essa memória do rock in rio é demais. fomos privilegiados, meu caro leoc.

l.c grazinoli disse...

Tá bom Dona Gisele, o show foi Phoddaa mesmo , mas quem falou que tinha cara show de clube fui eu.

Entao os creditos são da minha propria pessoa.

E tenho dito.