Que tucupi que nada... Os patinhos e o jambu são uma beleza, viva eles, mas em Belém do Pará a camisa 10 é dos sorvetes Cairu.
Já tinham me avisado que era isso tudo e um pouco mais e, ainda assim, foi uma grata surpresa. Bacuri, açaí, castanha do Pará, tapioca... Tudo espetacular, além do preço, bem mais camarada que nosso extorsivo mil frutas. Resultado: na volta ao Rio, dezenas de caixas de isopor engrossaram a bagagem da caravana das marchinhas.
Aind'assim, foi caminhando muito (pra variar... e aliviar a culpa) que Belém – que eu só tinha experimentado através da Cerpa e dos sabonetes Phebo – virou minha grande surpresa da turnê.
Foi por essas ruas que, caminhando horas a fio, fiquei algumas vezes boquiaberto: com a arquitetura dos prédios remanescentes do ciclo da borracha (a maioria muito bem conservada), com o altar da Basílica de Nazaré (onde termina a famosa procissão do círio, em outubro), com o Museu Emílio Goeldi (parque que concentra espécies da flora e fauna locais).
Depois do boi, fui ao mercado Ver-o-Peso pra rir com as vendedoras de garrafada (“Qué spantá uiado? ...cabá ca impotença? ...prendê dinheiro? Vem aqui que a Tia Sueli resolve!”) e sair meio decepcionado com o resto.
Não que o pato ao tucupi não tenha agradado ao povo. Muito pelo contrário: servido do modo tradicional ou como bolinho (na Estação das Docas, acompanhado da ótima Amazon Beer, de fabricação local), foi prato de todas as horas.
A começar pelo espetáculo do dilúvio que nos recebeu por lá, digno de arca de Noé, com aqueles pingos de litro. É a famosa chuva que cai toda tarde (mas que não caiu no dia seguinte) e que faz com que as ruas precisem de canaletas – como pistas de boliche (na foto aqui à direita) – para escoar o aguaceiro.
Pelas mesmas ruas, um mundo de gente aproveitou o sol no domingo de manhã para fazer uma festa de rua das mais bonitas: era o Arraial do Pavulagem, boi das antigas com boa música pro povo dançar e azuis para todos os gostos – até os antagônicos, como torcedores de Paysandu (azul claro) e Remo (mais escuro).
Ali perto, há surpresas melhores no Forte do Presépio e na Casa das Onze Janelas – centros culturais vizinhos que guardam belos acervos. 
Mais adiante na mesma beira de rio, chega-se ao Mangal das Garças, parque imperdível que tem viveiros a serem passeados pelo visitante (óia eu aê do lado!), uma vista linda do alto do Farol de Belém e um restaurante espetacular(mais um!) para o cabra repor energia com algum peixe de rio - por exemplo... o filhote grelhado com risoto de jambu!
Mais adiante na mesma beira de rio, chega-se ao Mangal das Garças, parque imperdível que tem viveiros a serem passeados pelo visitante (óia eu aê do lado!), uma vista linda do alto do Farol de Belém e um restaurante espetacular(mais um!) para o cabra repor energia com algum peixe de rio - por exemplo... o filhote grelhado com risoto de jambu!
Fechando a conta, mais um golaço de Belém: para quem for de choro, o Bar do Gilson tem uma roda de primeiríssima na sexta à noite!!!
9 comentários:
Terra da mãe da Lu, nossa cozinheira oficial de pato com tucupi! Acho que ela vai adorar ler seu texto e ouvir suas impressões sobre a terra natal!
Beijos.
Faltou o vídeo do Sassarico de vocês no aeroporto, enquanto o avião não vinha.
"Um dia encontrei Rosa Maria/na beira da praia..."
Hehe... Nem parecia às cinco da manhã, na sala de embarque.
Belém do Pará é bão demais!
Fala, Pepê! De todos os seus textos, esse me pareceu o mais empolgado. Adorei. Para onde você vai agora? Beijão.
Como Clauclau previa, adorei...Senti daqui a chuva grossa batendo no rosto e o gosto azedinho do tucupi...Obrigada pelas relembranças, PP.
Gu e Lu,
Belém vai muito (MUITO!) bem de cultura, turismo, lazer, etc, etc, etc. Pelo menos é o que aparenta. Um banho, por exemplo, no nosso Rio de Janeiro.
E nem falei do Teatro da Paz, lindo de morrer (além de surpreendentemente suntuoso), onde apresentamos o Sassaricando.
Beijos, viva o sorvete Cairu!
Sorvete Cairu? Acho que ainda não existia, quando lá estive em 1985... Abraços em todos.
Oii...
Adorei o texto sobre minha cidade!!!
Fico feliz em saber que gostou, Belém é muito mais que pato no tucupi e cerpa.!
->achei o blog sem querer e já tá nos favoritos.!
viva o sorvete de bacuri \o/
Beijos.!
Raphaella: viva o sorvete de bachury!!! É o meu preferido, de longe. Sua terra é tudo de bom.
Cirne: dizem por lá que o Cairu é criação do fim dos anos 60. Imagino que tenha crescido nos últimos tempos, pois hoje há sorveterias espalhadas por toda a cidade.
No Rio, dá pra encontrar alguns sabores na Cobal do Humaitá, numa creperia do segundo andar que fica em cima da Cavídeo. Qualquer dia vou lá, quando bater abstinência...
Abraços.
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