Oi. Como vão? Eu ando bem, obrigada, embora com algumas preocupações, nada demais, típicas dos dias que correm. Também estou com um pouco de dor nas costas, nada que a yôga não cure.
Leitores, preciso explicar porque comecei este texto cumprimentando vocês. Absolutamente, não me sinto muito sozinha, mas tenho um pedido a fazer, lá no último parágrafo.
Pra início de conversa, proponho que conversemos sobre LER. Não, não quero falar sobre Lesões por Esforço Repetitivo, tão em voga, mas sobre um hábito gostoso de juntar letras, sílabas, frases em textos que recriam o mundo no papel, nos muros e nas inúmeras telas digitais. Por onde começar?
Será que devo iniciar com clichês, dizendo que ler é uma aventura, que a leitura desperta emoções inimagináveis e que nos apresenta lugares e personagens fascinantes, além de servir como distração e acumulação de saber? Ou devo procurar uma maneira mais original pra iniciar esse debate?
Não importa. Essa não é a questão a que quero chegar. Se, até o final do texto, for atingida por uma inspiração súbita e conseguir dizer o que é a leitura em uma frase espetacular, digna de orelhas de livros e espaço em citações, retorno a esse ponto. Caso contrário, fico por aqui mesmo, na simplicidade de um post.
Bem, me aflige, ultimamente, a falta de tempo para ler ficções. Entre panfletos com propaganda, e-mails e recados na geladeira, sobra algum tempo para a leitura do jornal, de uma ou outra revista, de três ou quatro blogs conhecidos e dos textos teóricos, obrigatórios na nossa eterna formação. Os romances, contos, poesias, que desejava estivessem religiosamente ao meu lado, só encontro nos fins de semana, férias e feriados alternados. A sorte é que ando recebendo, por e-mail, doses semanais de poesia, vindas de um escritor chamado Henrique Rodrigues.
Às vezes, penso que a culpa deste incômodo seja da minha curiosidade mórbida por ler o desnecessário em detrimento das delícias que gostaria de estar devorando. Mas as dicas da Madame Natasha para agarrar um homem em 24 horas e as piadas virtuais me divertem enormemente. Por favor, se alguém tiver a brilhante idéia de escrever um livro com o título “Como organizar seu tempo – dicas para conciliar obrigações e divertimentos dormindo 8 horas por noite”, mande-me um exemplar e eu prometo que largarei tudo para lê-lo e divulgá-lo.
Já que ainda não há (ou há?) um livro com o tema proposto, a ciência poderia apresentar a mágica solução. Inventa tanta coisa para facilitar a vida, em ritmo cada vez mais acelerado, poderia inventar a ginástica instantânea, a máquina para limpar a casa em dez minutos, o robô que trabalha no lugar do dono, o chip para aprendizado automático. E onde estão os sindicatos para conter a corrida desenfreada de quem trabalha cada vez mais, não importa a hora e o lugar? Só assim poderíamos desempoeirar os livros esquecidos nas estantes, comer poemas ao meio-dia e, claro, devorar as bulas de remédio.
Outra explicação para essa minha angústia pode ser o vício de tempo que adquirimos. Como cigarro, férias, chocolate, álcool e beijo na boca. Quanto mais a gente tem, mais a gente quer. Pensei até em fundar o T.A. – Tempomaníacos Anônimos, para aqueles que gostariam de viver várias vidas em uma só e reclamam sem parar. O paciente estaria curado quando percebesse que é um só e, portanto, precisa fazer escolhas.
Acabei desistindo, achei que meu esforço poderia ser empregado em outras tarefas.
Mas chega de lamentações. Vou terminar com um pedido. Quem estiver com tempo sobrando, abatido e cansado de tédio profundo, por favor, mande este tempo para mim, por telefone, MSN, fax, e-mail, celular, correio ou Bluetooth. Estarei ligada 24 horas por dia, esperando. Obrigada.
Leitores, preciso explicar porque comecei este texto cumprimentando vocês. Absolutamente, não me sinto muito sozinha, mas tenho um pedido a fazer, lá no último parágrafo.
Pra início de conversa, proponho que conversemos sobre LER. Não, não quero falar sobre Lesões por Esforço Repetitivo, tão em voga, mas sobre um hábito gostoso de juntar letras, sílabas, frases em textos que recriam o mundo no papel, nos muros e nas inúmeras telas digitais. Por onde começar?
Será que devo iniciar com clichês, dizendo que ler é uma aventura, que a leitura desperta emoções inimagináveis e que nos apresenta lugares e personagens fascinantes, além de servir como distração e acumulação de saber? Ou devo procurar uma maneira mais original pra iniciar esse debate?
Não importa. Essa não é a questão a que quero chegar. Se, até o final do texto, for atingida por uma inspiração súbita e conseguir dizer o que é a leitura em uma frase espetacular, digna de orelhas de livros e espaço em citações, retorno a esse ponto. Caso contrário, fico por aqui mesmo, na simplicidade de um post.
Bem, me aflige, ultimamente, a falta de tempo para ler ficções. Entre panfletos com propaganda, e-mails e recados na geladeira, sobra algum tempo para a leitura do jornal, de uma ou outra revista, de três ou quatro blogs conhecidos e dos textos teóricos, obrigatórios na nossa eterna formação. Os romances, contos, poesias, que desejava estivessem religiosamente ao meu lado, só encontro nos fins de semana, férias e feriados alternados. A sorte é que ando recebendo, por e-mail, doses semanais de poesia, vindas de um escritor chamado Henrique Rodrigues.
Às vezes, penso que a culpa deste incômodo seja da minha curiosidade mórbida por ler o desnecessário em detrimento das delícias que gostaria de estar devorando. Mas as dicas da Madame Natasha para agarrar um homem em 24 horas e as piadas virtuais me divertem enormemente. Por favor, se alguém tiver a brilhante idéia de escrever um livro com o título “Como organizar seu tempo – dicas para conciliar obrigações e divertimentos dormindo 8 horas por noite”, mande-me um exemplar e eu prometo que largarei tudo para lê-lo e divulgá-lo.
Já que ainda não há (ou há?) um livro com o tema proposto, a ciência poderia apresentar a mágica solução. Inventa tanta coisa para facilitar a vida, em ritmo cada vez mais acelerado, poderia inventar a ginástica instantânea, a máquina para limpar a casa em dez minutos, o robô que trabalha no lugar do dono, o chip para aprendizado automático. E onde estão os sindicatos para conter a corrida desenfreada de quem trabalha cada vez mais, não importa a hora e o lugar? Só assim poderíamos desempoeirar os livros esquecidos nas estantes, comer poemas ao meio-dia e, claro, devorar as bulas de remédio.
Outra explicação para essa minha angústia pode ser o vício de tempo que adquirimos. Como cigarro, férias, chocolate, álcool e beijo na boca. Quanto mais a gente tem, mais a gente quer. Pensei até em fundar o T.A. – Tempomaníacos Anônimos, para aqueles que gostariam de viver várias vidas em uma só e reclamam sem parar. O paciente estaria curado quando percebesse que é um só e, portanto, precisa fazer escolhas.
Acabei desistindo, achei que meu esforço poderia ser empregado em outras tarefas.
Mas chega de lamentações. Vou terminar com um pedido. Quem estiver com tempo sobrando, abatido e cansado de tédio profundo, por favor, mande este tempo para mim, por telefone, MSN, fax, e-mail, celular, correio ou Bluetooth. Estarei ligada 24 horas por dia, esperando. Obrigada.
7 comentários:
Lili, sensacional! No domingo, tinha me prometido ficar em casa lendo! Primeiro, os jornais atrasados (esses eu preciso ler por dever de ofício). Depois, a última edição da Piauí, antes que a próxima chegue, na semana que vem. Por último, um romance, uma biografia, ou um livro de crônicas (desses que a gente não tem compromisso em terminar, a não ser pela própria sede). Mas, o telefone toca, a família chama, a sobrinha quer brincar, o sono bate. Aí, a semana começa, as obrigações se acumulam e eu resolvo arrumar o armário, porque as roupas que não cabem mais atrapalham a visão das que servem e me comem o tempo.
Tempo, tempo, tempo, tempo...
Se alguém tiver a fórmula, mande pra mim também.
Sabe Olívia, compartilho deste seu sentimento.
Às vezes, no final de um curso ou de um período, quando paro e penso em tanta coisa que li e escrevi, sinto uma enorme culpa de não ter tido o mesmo empenho com aqueles livros maravilhosos que estão na nossa estante, quase pulando, pedindo para serem lidos.
Em certos momentos, me sinto como o Jack Bauer: correndo contra o relógio para chegar a lugar nenhum!Eu nunca vi, em nenhum dos episódios, o Jack Bauer tomando um chopp. Ele deveria parar tudo e tomar um chopp de vez em quando.
Mas o que Jack Bauer tem a ver com leitura?
O que te sugiro, e tento fazer de vez em quando, é jogar tudo para o alto e tomar um chopp! Ou seja, deixe alguma atividade de lado, deixe de ler algum trabalho ou texto teórico e se delicie com um bom (e bem escolhido) livro. Mesmo que seja de madrugada e você perca algumas horas de sono.
Sabe, muitas vezes, nos fazemos cobranças excessivas com relação ao trabalho, à participação cidadã... Deixar ler alguma revista ou deixar alguma outra atividade para depois pode até gerar algum transtorno no futuro.
Mas, acredito que para alguns a literatura é como um vício. E, em certo momentos, precisamos de uma bela injeção de criatividade para continuar nossa jornada.
Parabéns pela discussão e pelo belo texto.
È Olívia, há dias difíceis e compridos. Por isso, é reconfortante ler um texto assim, pela manhã.
Um grande abraço.
gente, minha amiga que me indicou esse blog tinha razão, é uma das coisas mais divertidas da internet!!! para falar de falta de tempo, quanto besteirol que faz a gente morrer de rir!!! abs. tunico.
Tunico,
que bom que voce se diverte por aqui e sempre volta. Ainda veio por indicacao ;)
Beijos!
Olivia
Falta de tempo, não só para ler pro prazer, mas para fazer toda sorte de coisas é um mal que me acomete desde maio de 2005, quando deixei o emprego que você me ofereceu por outro, bem mais capitalista, embora pagasse pior e me desse uma satisfação meramente ilusória.
- Jornais: não leio um jornal inteiro desde a adolescência.
- Ficção: leio, a maior parte, à trabalho. o que ajuda a diminuir à pilha. apesar da obrigação, junto o útil ao agradável. meu trabalho me obriga a uma série de coisas que são ótimas pra diminuir minha culpa pela falta de tempo/dinheiro. livros, filmes, shows, discos. embora depois da página 5 você já não tenha o menor saco pra ouvir um artista ficar cagando regra sobre seu mais novo disco ou nova exposição. ok, ok, sem desânimos. é que vc começa a perceber que as pessoas se repetem demais da conta.
estou com alguns livros começados. uma ou duas biografias, uma ficção, etc etc...vou empilhando.
tenho dúzias de discos e livros comprados/ganhados/recebidos no trabalho e nunca abertos. enfim. toda vez que limpo a estante tenho uma culpa enorme e me sinto burra. depois passa.
Mas quem disse que Olívia não toma chope?? Aliás, Lili, você tem que encontrar um tempo pra comemorarmos seu aniversário, que já é n semana que vem!! Beijos.
boa, gu! hahahahah
a lili toma chopp mesmo sem jogar tudo pro alto.
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