3 de jul. de 2008

A batalha

Ninguém mais do que eu gostaria de escrever hoje sobre glórias e vitórias. Sobre conquistas e comemorações. Só que a realidade cruel e injusta do futebol quer me forçar a lamuriar a angústia de uma noite trágica. Mas isso seria injusto. Injusto com os guerreiros do dia 2 de julho. Focar apenas alguns minutos de cobranças infelizes de pênaltis seria desmerecer os bravos tricolores, vivos e mortos, em campo, nas arquibancadas, nos bares e nas casas. Foi uma luta árdua, uma noite mágica para dizer a verdade.
Seria ainda mais injusto esquecer as batalhas vencidas anteriormente e as alegrias proporcionadas. Quando todos nos davam como vencidos e mortos, provamos nosso brio e superamos inimigos considerados imbatíveis pela opinião geral. Calamos os críticos, matamos em campo, avançamos no front.
Veio a noite de 2 de julho. E os guerreiros foram mais guerreiros do que nunca. A torcida foi mais torcida do que nunca. O verde da esperança foi mais verde do que nunca. O destino cruel, que, sabe-se lá quem traça, porém, atravessou o caminho da glória. Pesou nas chuteiras dos melhores lutadores daquela batalha na hora decisiva. Caiu de forma fria nas mãos do arqueiro. Caiu como a água que desceu dos rostos de 80 mil testemunhas vivas de uma batalha épica. Caiu como uma face vermelha em braços confortantes.
A batalha estava perdida, é verdade. Mas lançando mão do lugar-comum mais comum que existe, outras batalhas virão e a guerra perdura. E os guerreiros se postarão novamente para calar adversários e cicatrizar os corações tricolores. É o que movimenta o orgulho e a paixão pelas três cores. É o que torna o sangue mais encarnado, o verde mais esperançoso e o branco mais harmonioso. É o que nos faz ter orgulho de ser tricolor. É o que nos faz amar eternamente esse clube.
Obrigado Fluminense. Obrigado por proporcionar momentos eternos. Momentos que reforçam a nossa paixão e nossa lealdade pelo manto tricolor. Onde buscamos força para superar a dor. Onde buscamos força para as próximas batalhas. Onde buscamos força para as futuras glórias e alegrias. Que venha o próximo...

9 comentários:

Lucas Bandeira disse...

Fernando, a verdade para descrever a partida só o clichê dos clichês: "O Fluminense tinha uma partida de 180 minutos, perdeu nos 90 primeiros." Se ele não tivesse que se esforçar tanto para reverter o placar, teria chegado inteiro na cobrança de pênaltis e possivelmente venceria.
Além disso, ontem o sistema defensivo estava bisonho...

Miragaya disse...

É verdade. Uma coisa é você entrar para vencer. Outra é você ter de entrar em campo para vencer com dois gols a mais. Ontem o time jogou como nunca, mas quem dera que no futebol bastasse jogar bem. É preciso frieza e competência na hora decisiva. E não tivemos isso, infelizmente. Que sirva de lição para o nosso marrento treinador, que mandou segurar o jogo ontem no final e em Quito depois do segundo gol.

Luciana Gondim disse...

Meu coração valente, vencemos! Nunca vi o Maracanã tão belo quanto ontem

Ortiz/Manguaça disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Miragaya disse...

É isso aí delícia da minha vida... Até porque a gata mais bela e sensual da torcida tricolor estava ao meu lado...

l.c grazinoli disse...

Miragaya,

Obrigado pelo contato do ingresso.
Mesmo nao tendo sido o resultado esperado, a festa foi foda.
Foda mesmo foi ver a cara da minha irmã (tricolor desde criancinha), feliz por ter participado daquilo tudo. Ela, feliz por ser uma tricolor que comprou sua camisa oficial ontem.
Pra nós dois, realmente nao importou o resultado, mas o que vivemos ali ontem foi fantástico.
Valeu cada centavo gasto,
Tks novamente

Cláudia Lamego disse...

O Fluminense perdeu o título em Quito, nos primeiros 90 minutos. Ontem, na hora que o Falcão disse que o Tiago Neves faria o gol de falta, eu pensei: se for para os pênaltis, ele vai perder. O futebol é uma tragédia, e o drama tricolor corroborou isso ontem. Eu só não pensava que outros dois grandes do time também perderiam.
Mira, pensei muito em vocês todos ontem. Meus parabéns pela bonita festa (como a torcida tricolor é bonita, né? a Globo só mostrava mulheres chorando, lindas...)

Moacy Cirne disse...

Depois da tragédia de ontem, continuo mais tricolor do que nunca. Em 40 anos de Maracanã, jamais tinha presenciado uma festa tão bonita, tão vibrante (e olha que estive presente nas duas partidas que decidiram o título do Carioca do ano passado, entre Flamengo e Botafogo...). Um abraço em todos; gostei da análise feita sobre o jogo.

Anônimo disse...

belo texto.

foi a derrota mais vitoriosa que vi na vida.

por isso que canto e visto esse manto... pra sempre.

saudações tricolores