23 de jul. de 2008

A grilagem é branca


Interessante livro que meu tio australiano comunista me mandou (pois é.. existem comunistas na ilha do canguru) . Se chama Fredom Next Time. Não sei o nome da editora, mas o que posso dizer sobre a obra do jornalista e documentarista australiano ("crica" na biografia aqui) é que me remeteram muito a uma questão mutio sensível aos brasileiros sem cidadania, os moradores de Marambaia.

O livro trata sobre como o arquipélago de Chagos, localizado no Oceano Índico, próximo as Ilhas Maurício, foi negociada entre a Grã-Bretanha e os Estados Unidos na década de 60, na descolonização para a instalação de uma das maiores bases militares Norte-Americanas, Diego Garcia.

O jornalista vai entrevistando autoridades do Reino Unido na época da desapropriação de mais de 2 mil pessoas do arquipélago e métodos revoltantes de negação da terra à essas pessoas. A grilagem é um fenômeno de letrados, brancos de ascendência européia. Incrível.

Reconstituindo os fatos ele mostra como os governos dos EUA e do Reino Unido negaram a existência das pessoas para instalar a base. Simplesmente ignoraram. Até que não deu mais pra negar. Mentira tem perna curta, né?

Os chagosenses (tradução minha e livre) há mais de 200 anos na ilha, forma ignorados, deportados e exilados por força. Para "dar o recado" "espiões" ou melhor dizendo capatazes do Reino unido chegaram ao ponto de envenenar mais do 800 cachorros de estimação da população com recado de quem fosse ficar.... enfim... ("crica" aqui na luta dos caras )

Qualquer relação entre este caso e a disputa entre quilombolas e a Marinha na restinga da Marambaia é mera coincidência. Vale a pena ler o texto do jornalista (sem colega!!!!) Wladmir Platonow, ("crica" aqui !) sobre a espinhosa questão.

Os sem-cidadania são normalmente pobres, pretos e analfabetos, né?

2 comentários:

Monique Cardoso disse...

vc tem um tio australiano?

Monique Cardoso disse...

hoje o mundo é muito grande pq terra é pequena.