6 de jul. de 2008

Marchínias no Norte!

Que tucupi que nada... Os patinhos e o jambu são uma beleza, viva eles, mas em Belém do Pará a camisa 10 é dos sorvetes Cairu.

Já tinham me avisado que era isso tudo e um pouco mais e, ainda assim, foi uma grata surpresa. Bacuri, açaí, castanha do Pará, tapioca... Tudo espetacular, além do preço, bem mais camarada que nosso extorsivo mil frutas. Resultado: na volta ao Rio, dezenas de caixas de isopor engrossaram a bagagem da caravana das marchinhas.

Não que o pato ao tucupi não tenha agradado ao povo. Muito pelo contrário: servido do modo tradicional ou como bolinho (na Estação das Docas, acompanhado da ótima Amazon Beer, de fabricação local), foi prato de todas as horas.

Aind'assim, foi caminhando muito (pra variar... e aliviar a culpa) que Belém – que eu só tinha experimentado através da Cerpa e dos sabonetes Phebo – virou minha grande surpresa da turnê.

A começar pelo espetáculo do dilúvio que nos recebeu por lá, digno de arca de Noé, com aqueles pingos de litro. É a famosa chuva que cai toda tarde (mas que não caiu no dia seguinte) e que faz com que as ruas precisem de canaletas – como pistas de boliche (na foto aqui à direita) – para escoar o aguaceiro.

Foi por essas ruas que, caminhando horas a fio, fiquei algumas vezes boquiaberto: com a arquitetura dos prédios remanescentes do ciclo da borracha (a maioria muito bem conservada), com o altar da Basílica de Nazaré (onde termina a famosa procissão do círio, em outubro), com o Museu Emílio Goeldi (parque que concentra espécies da flora e fauna locais).

Pelas mesmas ruas, um mundo de gente aproveitou o sol no domingo de manhã para fazer uma festa de rua das mais bonitas: era o Arraial do Pavulagem, boi das antigas com boa música pro povo dançar e azuis para todos os gostos – até os antagônicos, como torcedores de Paysandu (azul claro) e Remo (mais escuro).

Depois do boi, fui ao mercado Ver-o-Peso pra rir com as vendedoras de garrafada (“Qué spantá uiado? ...cabá ca impotença? ...prendê dinheiro? Vem aqui que a Tia Sueli resolve!”) e sair meio decepcionado com o resto.

Ali perto, há surpresas melhores no Forte do Presépio e na Casa das Onze Janelas – centros culturais vizinhos que guardam belos acervos.

Mais adiante na mesma beira de rio, chega-se ao Mangal das Garças, parque imperdível que tem viveiros a serem passeados pelo visitante (óia eu aê do lado!), uma vista linda do alto do Farol de Belém e um restaurante espetacular(mais um!) para o cabra repor energia com algum peixe de rio - por exemplo... o filhote grelhado com risoto de jambu!

Fechando a conta, mais um golaço de Belém: para quem for de choro, o Bar do Gilson tem uma roda de primeiríssima na sexta à noite!!!

9 comentários:

Cláudia Lamego disse...

Terra da mãe da Lu, nossa cozinheira oficial de pato com tucupi! Acho que ela vai adorar ler seu texto e ouvir suas impressões sobre a terra natal!

Beijos.

Faltou o vídeo do Sassarico de vocês no aeroporto, enquanto o avião não vinha.

Cláudia Lamego disse...

"Um dia encontrei Rosa Maria/na beira da praia..."

Pedro Paulo Malta disse...

Hehe... Nem parecia às cinco da manhã, na sala de embarque.

Belém do Pará é bão demais!

Gugu disse...

Fala, Pepê! De todos os seus textos, esse me pareceu o mais empolgado. Adorei. Para onde você vai agora? Beijão.

Luciana Gondim disse...

Como Clauclau previa, adorei...Senti daqui a chuva grossa batendo no rosto e o gosto azedinho do tucupi...Obrigada pelas relembranças, PP.

Pedro Paulo Malta disse...

Gu e Lu,

Belém vai muito (MUITO!) bem de cultura, turismo, lazer, etc, etc, etc. Pelo menos é o que aparenta. Um banho, por exemplo, no nosso Rio de Janeiro.

E nem falei do Teatro da Paz, lindo de morrer (além de surpreendentemente suntuoso), onde apresentamos o Sassaricando.

Beijos, viva o sorvete Cairu!

Moacy Cirne disse...

Sorvete Cairu? Acho que ainda não existia, quando lá estive em 1985... Abraços em todos.

Unknown disse...

Oii...
Adorei o texto sobre minha cidade!!!
Fico feliz em saber que gostou, Belém é muito mais que pato no tucupi e cerpa.!
->achei o blog sem querer e já tá nos favoritos.!
viva o sorvete de bacuri \o/


Beijos.!

Pedro Paulo Malta disse...

Raphaella: viva o sorvete de bachury!!! É o meu preferido, de longe. Sua terra é tudo de bom.

Cirne: dizem por lá que o Cairu é criação do fim dos anos 60. Imagino que tenha crescido nos últimos tempos, pois hoje há sorveterias espalhadas por toda a cidade.

No Rio, dá pra encontrar alguns sabores na Cobal do Humaitá, numa creperia do segundo andar que fica em cima da Cavídeo. Qualquer dia vou lá, quando bater abstinência...

Abraços.