16 de mai. de 2008

Adeus, Dinha

Foto: Marlene Bergamo, Folha de São Paulo

Morreu hoje, em Salvador, a Dinha do Acarajé. Em seu pouco tempo de vida, o Caroço já a citou duas vezes, porque dois de nossos ilustres representantes, Gardênia e Pedro Paulo Malta, descobriram recentemente, em viagem à Bahia, o sabor da iguaria feita por dona Lindinalva de Assis, seu nome de batismo.


Dinha era hipertensa e diabética, e foi internada ontem num hospital com suspeita de virose e com falta de ar. Hoje, recebeu alta, mas passou mal de novo, teve uma parada cardiorrespiratória e não resistiu.


A Bahia perde um de seus cartões postais. E o Caroço faz a homenagem publicando a letra dessa música de um outro ilustre da terra maravilhosa, que nos deu Glauber, Caetano, Gil e tantos outros nomes importantíssimos de nossa cultura - fora os anônimos baianos que a gente conhece por aí e logo se apaixona. Viva a Bahia.


A preta do acarajé (Dorival Caymmi)
Dez horas da noite
Na rua deserta
A preta mercando
Parece um lamento
Ê o abará
Na sua gamela
Tem molho e cheiroso
Pimenta da costa
Tem acarajé
Ô acarajé é cor
Ô la lá io
Vem benzer
Tá quentinho

Todo mundo gosta de acarajé
O trabalho que dá pra fazer que é
Todo mundo gosta de acarajé
Todo mundo gosta de abará
Ninguém quer saber o trabalho que dá

Dez horas da noite
Na rua deserta
Quanto mais distante
Mais triste o lamento
Ê o abará

Um comentário:

Gardênia Vargas disse...

A Bahia de tantas histórias... Uma delas contada pela barraca de acarjé mais visitada de Salvador. Salve Dinha! Bom encontro com seus orixás ;o)

Obrigada por tão saboroso e condimentado pedacinho do céu.