Foto: Jan Saudek
Medos tenho muitos, um dos maiores é o de ficar louco! O fato é que já fiquei certa vez, perdido entre o sonho e a realidade.
Uma salamandra escala uma abóbada dourada. Sob a abóbada um chimpanzé dá aulas de ortografia. A palavra não é mais humana.
Uma banana, vestida de cigana, dança. Sobre seu chapéu está Carmem Miranda.
Nada sustenta a abóbada, feito um disco voador ela flutua.
Tímidos, Sol e Lua se encontram, não há eclipse.
O tempo do Sonho é o tempo da contemplação.
De repente surgem um tigre e uma águia que me conduzem por caminhos que eu mesmo criei. Vamos ao topo de um desfiladeiro, sua base encontra-se a centenas de metros abaixo de nós. Lá embaixo um mar dourado, tal qual a abóbada. Olho a minha frente, três pontos vermelhos se aproximam. São três cavalos de veludo vermelho. Eles conversam com o tigre. Ele me convida a voar. Salto do desfiladeiro. A águia e a água me aguardam. Em um vôo rasante toco a água. Águas diáfanas que tentam esconder nuvens, não há peixes, somente camelos coloridos nadando. Algo mais aparece, uma grande embarcação cheia de crianças e lobos. Seu movimento é suave apesar de seu tamanho. As crianças olham para mim e sorriem, os lobos também. Foi a primeira vez que vi lobos sorrindo. Um som forte...
Acordo?
Outro dia amanhece?
Minha cabeça quase esquece o sonho. Tento juntar os fragmentos. Lamento. Penso algo a respeito de homens, deuses e sonhos.
27 de mai. de 2008
Realidade
Assuntos:
* Marcelo Valle,
acontecimentos reais
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4 comentários:
Magnífico! Uma pintura de Dalí.
Também vi Dalí. Gú, estou te imitando, né - risos.
Mas Marcello, o que é que você tomou antes de dormir, hein, conta pra gente, vai! ahuahuahahua
Maravilhoso esse mundo dos sonhos ;o)
Garden, esse parece um de nossos antigos textos do tédio. Por que não escrevemos mais juntos? Crescemos?
Magoo sempre empregando bem palavras e imagens.
Garden, a cachaca mineira eh poderosa. hehehe
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