Numa manhã cinzenta de agosto, Chico e Ana acordaram dispostos a encontrar A VERDADE. Conversaram durante horas sobre como a tarefa poderia ser realizada. Cogitaram todos os meios e ponderaram sobre as conseqüências que a descoberta poderia trazer. Cochicharam muito durante o café da manhã, entre broas e queijos e pães. Tudo sob o olhar interrogativo, mas carinhoso, da mãe. Concordaram sobre a importância de manter o projeto em sigilo. Passaram a tarde planejando a ação, desenharam, trocaram bilhetes ao longo do dia, mantendo o segredo da intenção sob sete chaves bem pesadas. À noite, despediram-se após o jantar e correram para o quarto. Luz apagada, juntaram-se embaixo do cobertor. Acenderam o abajur, do mesmo jeito que faziam desde pequenos, quando brincavam de caverninha. Respirações ofegantes, um calor dentro do corpo subindo para as bochechas. Ana então perguntou: “Chico, você achou A VERDADE?”. E o menino, olhos exclamativos, revela o livro escondido atrás de si, afastando a poeira acumulada. “Aqui está, Ana”, com o dedo certeiro sobre A VERDADE. Era o dicionário de capa preta aberto na página 2.060.
23 de mai. de 2008
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2 comentários:
Gu, lágrimas de verdade...amo essa sua sensibilidade
Que bom que você gostou, lindona. Te amo e sinto saudade. Me conte como está você.
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