Dizem por aí que o CAROÇO brotou do nada, que antes dele havia apenas o Coisa Nenhuma. Mas é difícil, já que ele surgiu já metido, cheio de idéias, botando as manguinhas de fora, todo saliente, irreverente, inconseqüente. Havia algo antes do CAROÇO, mesmo no fundo das entranhas das quais ele adveio. Havia vontade? Havia. Havia necessidade? Havia. Havia mais, havia, como dizem as fofoletes de Icaraí, uma daquelas coisas loucas assim, sabe, que vão tipo assim subindo pela garganta e te deixam com uma vontade muito louca de gritar.
O CAROÇO veio de uma vontade, de uma súbita ânsia de fazer alguma coisa. De sacudir a poeira. De meter dedo no olho e morder nariz. Algo inexplicável, um transe coletivo surgido numa noite de poesia com cachaça e que não foi levado pelas ondas da ressaca. Mesmo às vezes meio frígido, o CAROÇO virou uma tara coletiva, que brotou, esfriou e vem maturando. O CAROÇO, sim. Ele é. Ele não precisa de. O CAROÇO, simplesmente. O CAROÇO e ponto.
O CAROÇO, até agora, apresenta poucas realizações. Mas projetar é o que importa, como diria Le Corbusier.
O Caroço - É a menina dos olhos da Caroço Produções. Enfrenta enormes problemas desde seu nascimento (quando era apenas o "Jornalão"), como má-vontade na gráfica, críticas generalizadas, crises de preguiça e um mau agouro constante. Mas assim mesmo, embora aos trancos e barrancos, já emplacou algumas edições.
Quando o texto acima foi escrito, se não me engano, pelo Leo, o CAROÇO eram quatro edições toscas de um jornal impresso na gráfica da UFF. A apresentação estava num endereço que se pretendia a nossa casa na internet (coisa muito feia, mas possível naquela época com poucos recursos e pré-blogs). Desde então, amigos se foram e voltaram, filho nasceu (outro está por vir), amigos novos surgiram, até que a correspondente em Londres decidiu parar de ouvir as idéias e lamentações por falta de um novo lugar para escrever e criou este blog coletivo, onde CAROÇOS voltaram a dividir textos no mesmo espaço. Cônjuges viraram colaboradores, CAROÇOS perdidos voltaram e eis que a equipe se completa novamente, com a chegada do nosso querido Leo Cosendey, da equipe original que um dia, no anfiteatro que virou praia, decidiu que teria um nome só: CAROÇO. Um ciclo se fecha para surgir, quem sabe, outro.
4 de set. de 2008
O Caroço
Assuntos:
* Cláudia Lamego,
Caroço
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8 comentários:
Perfeita a sua análise, Clau. A chegada do Léo também renovou meu ânimo. Que o nosso Caroço dê cada vez mais frutos. Amo todos vocês.
vamos passar um fim de semana farofeiro em rio das ostras e visitar o leoc?
caraca! fui eu o responsável por isso tudo?
vocês tão realmente com muito pouca energia, ehehehe.
ah, e o texto foi escrito por mim sim. pelo menos uma parte. o resto eu não lembro.
e quando quiserem, podem vir sim. deixa só eu comprar um fogão e uma cama, ehehe.
valeu!
Emocionante, Clau Clau.
Cosen, não questiona muito as coisas, nem tenta desconstruir o sentimento coletivo com teorias energéticas fajutas (sou um arsenal delas, depois a gente brinca disso), ou descobrir "mas o que foi que eu fiz???". Apenas aceita que a tua presença, neste momento, fez um bem enorme pro grupo.
Déia, este é o momento de dar vivas junguianos. Bendita sincronicidade. Touchè. hehehe
ô dona metanóica,
longe de mim desconstruir. só tô achando isso tudo muito curioso.
Leo, a parte do ter vontade de morder nariz é sua. Tenho certeza! ahahahah
Nós funcionamos assim: quanto mais Caroços por perto, mais fortes ficamos. Quando um fica sumido, a gente perde um pouco da força, tal qual Sansões sem os pedaços de cabelo.
Nossa, que brega isso! Mas o amor é brega, né não?
quando crescer quero ser qui nem o leoc. hehehe.
É muito bom estarmos todos por aqui mesmo. As presenças do Leo e do JH - os mais desgarrados - dão a sensação de que os projetos irão para além do afetivo, do pessoal.
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