Minha vida é punk e dark.
Dois opostos complementares.
Pequena fatia do dilema universal, do duplo universal, do yin-yang fundamental.
O punk do essencialmente coletivo, do ruidoso, do raivoso, do irado, do realista, do revolucionário, do consciente, do iconoclasta, do histórico, do crítico, das utopias, dos libertários, do fraterno, do social.
O dark do essencialmente subjetivo, silencioso, mórbido, pessimista, fim de século, cínico, cético, triste, frio, blue, romântico, poético, idealista, místico, individual.
Mas não consigo deixar de ver características partilhadas entre ambos, demonstrando a imensa complementaridade, não oposição.
A estética punk é visceral, plasticamente energética, mostrando em geral imagens coletivas, de “massas”: os shows, as rodas, o pogar (o modo de “dançar”), o mosh (o subir e saltar do palco)... Tudo até parece, em alguns momentos, uma batalha encenada, uma revolução lúdica. A música punk pode ser tosca em “termos técnicos”, mas é trilha sonora perfeita para atos de rebeldia, revolução, enfrentamento, ódio ao autoritarismo, ao nazi-fascismo, ao preconceito de raça-gênero-sexualidade...
Já a estética dark é extremamente fascinante e inegavelmente tributária de uma longa tradição, que remonta aos tempos mais distantes: a tradição da melancolia. Mas acho que tal estética melancólica finca raízes mais sólidas a partir do século XIX – o ultra-romantismo trágico, Baudelaire, os comedores de ópio. É um filho dileto do mal-estar do capitalismo, do louco crescer da modernidade.
No mesmo solo, utopias e distopias, otimismo e pessimismo, crença e descrença no potencial humano – como dizer que tais dilemas estão definitivamente adormecidos?
Punk e dark.
De Black Flag a Joy Division.
Da bandeira negra da revolução libertária ao traje negro em sinal de luto.
Luto e luta.
Lótus e lúmpen.
Dark e punk.
Dois opostos complementares.
Pequena fatia do dilema universal, do duplo universal, do yin-yang fundamental.
O punk do essencialmente coletivo, do ruidoso, do raivoso, do irado, do realista, do revolucionário, do consciente, do iconoclasta, do histórico, do crítico, das utopias, dos libertários, do fraterno, do social.
O dark do essencialmente subjetivo, silencioso, mórbido, pessimista, fim de século, cínico, cético, triste, frio, blue, romântico, poético, idealista, místico, individual.
Mas não consigo deixar de ver características partilhadas entre ambos, demonstrando a imensa complementaridade, não oposição.
A estética punk é visceral, plasticamente energética, mostrando em geral imagens coletivas, de “massas”: os shows, as rodas, o pogar (o modo de “dançar”), o mosh (o subir e saltar do palco)... Tudo até parece, em alguns momentos, uma batalha encenada, uma revolução lúdica. A música punk pode ser tosca em “termos técnicos”, mas é trilha sonora perfeita para atos de rebeldia, revolução, enfrentamento, ódio ao autoritarismo, ao nazi-fascismo, ao preconceito de raça-gênero-sexualidade...
Já a estética dark é extremamente fascinante e inegavelmente tributária de uma longa tradição, que remonta aos tempos mais distantes: a tradição da melancolia. Mas acho que tal estética melancólica finca raízes mais sólidas a partir do século XIX – o ultra-romantismo trágico, Baudelaire, os comedores de ópio. É um filho dileto do mal-estar do capitalismo, do louco crescer da modernidade.
No mesmo solo, utopias e distopias, otimismo e pessimismo, crença e descrença no potencial humano – como dizer que tais dilemas estão definitivamente adormecidos?
Punk e dark.
De Black Flag a Joy Division.
Da bandeira negra da revolução libertária ao traje negro em sinal de luto.
Luto e luta.
Lótus e lúmpen.
Dark e punk.
4 comentários:
texto bem bacana.
segundo os críticos, o punk e o dark se complementam mesmo. joy division, cure, smiths (essa galera aí) são rotulados como "pós-punk".
não concordo sempre com essas etiquetas, mas acho que dark e punk têm muito a ver. o velvet, por exemplo, que historicamente inspirou o punk, era quase dark, tanto na estética quanto no som. o próprio glam tinha muito de dark (embora mais colorido). quem deixou a frescura de lado foi o iggy pop -- e ainda assim só depois do funhouse.
há! foi ler o título e ver a imagem e pensar: "texto do jotagá".
punk e dark... ontem mesmo falava sobre isso com a déia, não com essas palavras. bela definição.
cosen, hoje estou mais "candy" que "venus em furs". hehehe
Puxa, JH. Fiquei emocionada.
Mesmo sem conhecer nada de punk ou de dark, me identifiquei muito com suas palavras.
"No mesmo solo, utopias e distopias, otimismo e pessimismo, crença e descrença no potencial humano – como dizer que tais dilemas estão definitivamente adormecidos?"
Obrigada!
valeu pessoas!!! ;-)
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