1 de set. de 2008

The Killers

Oh well I don't mind, if you don't mind'
Cause I don't shine if you don't shine
Before you go, can you read my mind?

A plateia que assistia ao ultimo show da edicao 2008 do Festival de Leeds pode nao ter conseguido ler a mente de Brandon Flowers, vocalista da banda The Killers, mas era nitida a tensao do lider do grupo. A voz e o corpo tremulos deixavam claro que algo nao estava muito bem. Alguma adolescente que estava do meu lado perguntou "voce acha que ele esta "com algo?".

O show era particularmente o que eu mais esperei - por duas vezes nao cheguei a tempo no website para comprar ingresso dos shows que o grupo fez em Londres nos ultimos dois anos. Enfim, o dia chegou e ainda era o encerramento de um festival incrivel. Em tres dias consegui ver shows de Pete and the Pirates, Blood Red Shoe, Be your own pet, Jack Penate, Ida Maria, Fratellis, Queens of the Stone Age, Rage Against the Machine (pensei que o empurra-empurra ia me render varios hematomas, mas ate que nao), Metallica (show bonito de ver, mas tirando a classica "Nothing else matters", eu nao conhecia muita coisa), CSS (tinha implicancia com eles, mas juro que bateu um momento patriotico no show e me emocionei), Chromeo, Cage the Elephant, Simian Mobile Disco (me senti na rave ha 10 anos atras), The Automatic (que acaba de lancar disco novo e eu gosto deles bastante, apesar das criticas ruins), Santogold (que negona estilosa!), Editors (aquela voz do Tom Smith eh orgasmatica), The Ting Tings (a bandinha de dois eh boa mesmo), Black Kids, Bloc Party (um dos melhores do festival), Serj Tankian (vocalista do System of a Down, fez um show tao despretencioso quanto lindo, cheio de mensagens de paz, justica e inconsciente coletivo), Last Shaddow Puppets (acompanhados de uma orquestra, uma graca), Hadouken! ("musica para uma cultura acelerada" - o moleque nao poderia ter achado melhor nome) e de repente algum mais que esqueci. Ufa! Cansei so de ler. Realmente essa maratona para um corpinho de quase 30 anos nao foi nada facil. Depois da primeira noite no camping (ou "grande campo de lama e desordem"), decidimos (eu e dois amigos) assumir os nossos limites e as 8 da manha de sexta ja estavamos no centro da cidade em busca de um hotel (chegamos no festival a meia-noite e a barraca ficou em pe as quatro da manha, depois de varias "atolacoes na lama", derrapadas, muito frio e experiencias estranhas no banheiro a ceu aberto).  Um hotel com lencois limpos e banheiro cheiroso foi fundamental pra aguentar ate o fim. Mas isso eh papo pra outro post.

Na manha seguinte, no onibus de volta a Londres, um dos amigos que me acompanhou na jornada musical resolveu comprar um exemplar da NME, uma das biblias musicais inglesas (eu diria A biblia, na verdade). Na capa, tres fotos do vocalista do The Killers parecendo confuso, e a chamada "estou tendo uma crise de personalidade". Agora sim esta explicado. Brandon Flowers, 27 anos, mormon praticante, casado, pai e lider de uma das bandas de maior sucesso nos ultimos anos nao aguenta mais o peso. E ainda tem que empolgar 70 mil pessoas. A missao, apesar de tudo, foi muito bem cumprida. 


I'm coming out of my cage
And I've been doing just fine
Gotta gotta be down
Because I want it all







3 comentários:

Olívia Bandeira de Melo disse...

Oi, Andréa, que barato!
Deve ter sido muito bom (apesar de eu não conhecer quase ninguém que você citou).
A Simone contou experiência parecida que viveu no Canadá, no Labcult: http://labcult.blogspot.com

Uma pergunta: qual o preço dos shows em Londres?

Beijos!

Deia Vazquez disse...

Comentei o post da Simone la no labcult :)
Por tres dias de shows, incluindo camping e um otima estrutura (tirando a lama, eh claro), paguei cerca de 470 reais. Acho bem razoavel, dado que nao palco so tinha a logo da BBC Radio (que eh publica). Alias, a BBC domina esse festival. Alem da logo no palco principal, tinha o palco "BBC introducing", com novas bandas e o palco NME/BBC, que era o segundo maior. Percebi que havia exclusividade de uma marca de cerveja, de cidra (bebida tipica aqui) e energetico. Mas isso se limitava a marca que voce via no copo de papel. Nada de banners gigantescos, teloes com comercial, jovens bonitos e simpaticos distribuindo brindes.
Alias, uma ideia que achei genial: quase nao se via um copo de papel no chao. No espaco do festival existiam varios postos de troca. Se voce levasse um numero de copos vazios, ganhava credito para um cheio. Ninguem podia ver um copo dando mole que pegava!

A digestora metanóica disse...

Fooooooooodaaaaaaaaaaa!!!!

Começou o post com "Can you read my mind" e terminou com a sua, a nossa "Mr. Brightside", a música que cantamos feito adolescentes (apesar dos 20 e poucos), na casa do meu pai, com microfone de garrafa d'água, poucos dias antes de você trocar o Rio por Londres, há 2 anos e meio.

O recheio do post me deixou com uma invejiiinha... só com Editors e Block Party e eu já não me agüentava.

Eu já tinha lido essa da Simone. Aliás, comentei dia desses com a Olívia que a Simone era uma inspiração pra mim. Quero ser garotona assim depois dos 30. Ô balzaca animada! LOLL