"Voltei pro Crato/E fui fazer artesanato/De barro bom e barato/Pra mó de economizar", cantarolava, quando saí de casa ontem, olhei para o lado, vi a menina Sílvia e sorri. Podia ser o pai, pensei. "Eu era um broto/E também fiz muito garoto/Um mais bem feito que o outro/Eles só faltam falar", continuava os versos da canção quando, descendo a ladeira da Rua Faro, do outro lado da rua, observo o maestro Luiz Cláudio Ramos. Ah, não, não podia ser o cantor?
À noite, vendo o jogo do Fluminense na TV, ele finalmente aparece. Com o sorriso largo característico, comemora ao lado da filha Sílvia e do genro Chico Diaz, nas cadeiras do Maraca, o segundo gol do seu time.
O dia era dele, do tricolor das Laranjeiras, time do nosso Cartola, do mestre maior Nelson Rodrigues, dos amigos nas arquibancadas, de toda a nação que obrigatoriamente ontem se tingiu de verde, branco e grená e torceu contra os hermanos do Boca Juniors.
Não, não virei a casaca. Sou Vasco, tenho dois botafoguenses em casa e nem ligo para futebol. Mas, não posso negar que a campanha do Fluminense na reta final da Taça Libertadores me fez novamente sentar em frente à TV para torcer e voltar a ver partidas inteiras (o que, nos últimos anos, só tem acontecido em jogos de Copa do Mundo). Tá bom, confesso, eu sou também é muito fã do Renato Gaúcho.
20 comentários:
Quem mandou ser vascaína? Deve ter tempo mesmo que você não fica torcendo na frente da TV...
Implicantemente,
Lili, a que ontem foi obrigada a dormir ouvindo os gritos dos fluminenses (que pareciam mais preocupados em zoar os adversários do que comemorar a própria vitória): "Bem feito, flamenguistas filhos da puta".
É, mas quando o Boca fez gol ouvi urubu gritando Mengo!! Mas, nem tiveram tempo para comemorar, porque Dodô entrou e mudou a história do jogo!
Tem tempo mesmo, meu time só traz decepção... E o Edmundo? Fala, sério! Vai perder pênalti lá na Gávea, pô!
Olha, foi um jogaço!
Torci até o último minuto dos 50' do segundo tempo. Foi incrível! Eu torcia mesmo era pelos penaltis. Afinal, é muito mais emocionante, quando não é com seu time, claro.
Torci para qualquer um, pois a estrela solitária anda meio apagada e violentamente retirada de campo. E vou te dizer uma coisa: que jogão esse de ontem!
Fiquei impressionada com os gritos na cidade quando o Boca fez o primeiro gol. Nós desligamos o som da Tv e ouvimos o Rio de Janeiro vibrar... Eram os urubus.
Depois, logo em seguida, gol do time mais cagão da Libertadores, o Flu. Vocês perceberam que todo gol que o pó de arroz tomou ele revidou logo em seguida. Só pode ser sorte mesmo (risos).
Mas o que mais me intrigou foi a torcida tricolor... Coisa mais esquisita. Ninguém cantava, era uma chiadeira generalizada. Feio.
Um dos amigos que estava lá em casa deu uma boa desculpa: "é que pelo menos dois terços dos torcedores nunca pisaram no Maraca". É, pode ser. Acho que ela mais atrapalhou do que empurrou seu time. A vitória? Mérito todo dos jogadores.
Ai Dodô, meu tricolor mais botafoguense do mundo :o)
E que venha a final. Adoro jogos emocionantes.
Dormi cedo, antes do jogo, pensando que poderia ter uma noita tranqüila... Não deu. Fui acordado na madrugada por torcedores tricolores barulhentos. Parabéns ao Flu pela vitória, mas meu negócio é Mengão.
Garden, é sorte de campeão. Você viu o gol que o Thiago Neves fez em Buenos Aires? E a bola do Conca desviada no argentino Ibarra? E o Washington, que perdia todas as bolas, passava errado, mas na hora H meteu um belíssimo gol de falta?
A torcida tava linda, mas muito tensa. Eu fico impressionada é com os chatos dos torcedores do Boca, que se esgoelam o tempo inteiro. Eu, hein! Que maldade contra os tricolores!
Ahahaha, mas tinha um lá que confessou nem gostar de futebol: Lulu Santos. Mas o que importa é que jogos como esse atraem as atenções de quem não gosta, traz mais torcedores para o clube, marca a história linda do Maracanã. Ainda mais na semana em que se comemora o centenário do grandessíssimo Mário Filho, irmão do mestre.
É Clau Clau, vimos o mesmo jogo. Mas a torcida estava bonita visualmente, por que musicalmente ela é fraca!
O jogo em Bs As foi muitíssimo musical. Você ouviu os metais? E as caixas? E o surdo? Putz! Eles tinha várias musiquinhas, muitas melodias. Esses argentinos são mesmo muito musicais.
Flu do Chico, do Nelson, meu Flu e do Miragaya...Estávamos lá, pertinho do Chico, cantarolando em meio à névoa de pó de arroz: "ÔOOOOO, Fluminense eterno amor. É por isso que eu canto, que eu visto esse manto, orgulho de ser tricolor"
A torcida esta tensa, por isso o som não saiu. É, definitivamente, a torcida mais bonita do Brasil. Com os 4 olhos azuis mais belos do planeta: os do meu Miragaya e os do nosso Chico.
E pra quem acha que somos elitistas, a resposta vem do Nelson: "Nada, porém, é tão impressionante quanto o pé-rapado tricolor. Amigos, o Fluminense, com toda a sua aristocracia, tem uma plebe que eu chamaria de épica".
Se já estou ardendo agora, imagine quando chegar ao Equador!
Gardênia, eu estava no Maracanã (como, aliás, estive em todos os jogos da Libertadores) e posso te garantir que a torcida do Flu tem feito - e muito - diferença. Quando o Boca estava com a bola (assim como aconteceu no jogo contra o SP), a multidão vaiava sem parar. Estranho isso não ter chegado à transmissão, pq era muito, muito alto. Talvez porque a vaia faça menos som do que os gritos pró. Mas a participação foi ativa demais...
"Se quereis saber o futuro do Fluminense, olhai para o seu passado. A história tricolor traduz a predestinação para a glória".
Mais uma profética do Nelson...
Faço minhas as palavras do Moutinho. Vou ao Maraca desde 1975 (sem piadinhas com a minha faixa etária por favor) e a torcida do Flu sempre se caracterizou por torcer e vibrar pouco. Era uma característica quase cultural. Desde o ano passado, porém, a torcida das três cores que traduzem tradição têm feito a diferença. Mérito também de um movimento chamado Legião Tricolor, que não tem vínculo com qualquer torcida organizada, mas cujo único lema é cantar sem parar. Ontem foi mais uma festa inesquecível, sem confusão ou violência. E espero que a gente repita essa festa no dia 2 de julho.
Saudações tricolores!
Aliás, esqueci de comentar que a torcida tricolor sempre foi e sempre será a mais bela do universo. Só que essa beleza ganhou uma dimensão ainda maior com a entrada da minha maravilhosa e estonteante Lu. Sem dúvida, é a tricolor mais gata e bonita da torcida. E o que é melhor, a cada gol do nosso Fluzão, lhe tasco um beijo caloroso e um abraço apertado... Isso sem falar nas comemorações pós-partida... Tomara que o Flu só dê goleada daqui para a frente...
Ah, agora que entendi porque a Lu virou casaca. Pra receber esses elogios todos.
Então, sorte ao Fluminense, pela minha amiga Lu!
Queridos, o que falei foi exatamente isso: O Flu ao invés de cantarolar suas músicas e lá lá lá, ficou vaiando num grunhido horrível, que sim, chegou as trasmissões.
Mas enfim, não quero ferir meus amigos pó de arroz, o jogo foi demais e a virada do tricolor, de num sei mais quem, foi ótima!
Foi um jogaço. E tenho dito!
A Luciana era flamenguista!!
Gustavo, informação incompleta. Eu nasci Vascaína, por influência paterna. Aos 8, depois de ir ao Maracanã com um primo mais velho, me apaixonei pelo Flamengo. E, de quebra, pelo primo. Para contrariar a família Vascaína adotei o Flamengo por time durante a adolescência. Mas aos 19, quando vivi uma fase ufanista e romântica, decidi ser Remo, na tentativa de resgatar as raízes paraenses. Mas continuava dizendo que era Flamengo pela simples necessidade de ter um time de referência carioca, já que sempre adorei futebol. Mas foi no ano passado que descobri o que é ser tricolor. Descobri, definitivamente, meu eterno amor! Sou tricolor de coração.....
sei...
Sou flamenguista e fui ao jogo.
Torci efusivamente para o tricolor das laranjeiras. Nao gosto dessas picuinhas.
Se alguem quiser saber como é ser flamenguista no meio de 85 mil tricolores.
www.fotolog.com/lcgrazinoli
Ei, LC, tricolor só tem um. O resto é time de três cores! E salve Nelson! :)
Adorei seu post, LC. E também a foto dos "adversários" abraçados.
Só para lembrar que a guerra continua. Vencemos apenas mais uma batalha contra os portenhos. Resta a batalha final. Guerreiros tricolores, uni-vos!
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