30 de jun. de 2008

Mais sobre adaptação cinematográfica de romances

Para dar um pouco de continuidade ao post anterior: mês passado foi divulgada a data de estréia do filme Ensaio sobre a cegueira, adaptação do romance do português José Saramago pelo brasileiro Fernando Meirelles, 12 de setembro.

Estou fazendo um pouco do dever de casa jornalístico. Li o livro - que estava há um bom tempo na estante, esperando sua vez - e voltei a acessar o blog do diretor. É um blog muito instigante, embora a última atualização tenha sido em março. Lá estão uma série de questões que certamente passam pela cabeça de todo artista. Meirelles conta que já fez dez montagens do filme. Toda obra é feita de sucessivas escolhas, e muitas vezes o artista "dá à luz" um filme, um livro, etc. sem ter certeza de que optou pelas melhores opções.

Meirelles conta sem nenhuma falsa inocência que opiniões diversas interferem na montagem, desde opiniões de amigos até - ou principalmente - dos produtores da Miramax. As divergências sobre as cenas de violência sexual - que, no livro, são certamente as mais impactantes - já me fazem pensar antecipadamente se o filme não ficaria melhor com a violência mais explícita. No livro, são muito explícitas. E por isso são fortes. São cenas mais narrativas do que as outras, que são pontuadas da ironia ensaística do autor. E também alguns filmes maravilhosos têm cenas de sexo explícito, como O império dos sentidos. Mas esperemos o filme...

Uma última degustação: a reação de José Saramago à exibição do filme.

4 comentários:

Gugu disse...

Vale lembrar que o filme foi ovacionado em Cannes, especialmente pelos jornalistas especializados. Estou ansioso para vê-lo.

Anônimo disse...

UUUHHHHH

eu tenho medo de José Saramago.

Monique Cardoso disse...

não gustavo! o filme ovacionado foi linha de passe, de walter salles. sempre divulgam notícias meio-falsas-meio-verdadeiras. teve gente que amou e teve gente que dormiu (!!!) em cannes vendo esse filme. o reporter daqui disse que é chatinhooo. ainda bem que eu tenho o livro na minha cabeça... sei que tenderei a gostar do filme pois gosto da história. mas não acho que será nenhuma obra-prima

Cláudia Lamego disse...

Nossa, que cena bonita. A devoção do Fernando Meirelles e a emoção do Saramago me emocionaram. O livro é um dos melhores que já li. Agora, fiquei curiosa para ver o filme.

Vem cá, Leoc é quem estou pensando?