7 de abr. de 2008

A (re)descoberta da MTV

Quando eu era criança e morava numa rua sem asfalto, tinha de subir na lage pra mexer na antena de TV até conseguir uma imagem boa. Ou entao girar o botão pra sintonizar no canal 24 UHF e assistir à MTV. Todas as minhas amigas assistiam, conheceram suas bandas favoritas no canal que costumava entupir a programação de clipes importados. Mas não teve jeito. Eu não gostava de rock e a música brasileira já tinha me conquistado pela vitrola da minha mãe. Resultado: era uma analfabeta musical diante dos meus amigos, boiava em vários assuntos por não conhecer os band leaders da vez. Apesar de ter agido de forma natural, hoje penso que deveria ter me esforçado um pouquinho mais (não tanto como uma amiga que comprou uma guitarraaaa!!!) pois o acúmulo de informação musical tá me fazendo falta...mas ok.

A MTV foi abandonando os clipes, se tornou um canal de comportamento jovem e, depois de uns anos de uma grade sofrível, a emissora volta a ganhar fôlego. Alguns dos programas são ótimos, espirituosos, os toscos são os melhores. Venho acompanhando esta mudança não como espectadora, mas como observadora do mercado de TV. Mas isso não vem ao caso.

Não sei se os blogueiros e leitores acompanham a programação da MTV, mas desde que a minha gatonet foi cortada (a assinatura será feita assim que colocar contas em dia.....) é o único canal que tem me divertido e informado. A cada dia tem sido uma descoberta e devo admitir: o programa de entrevistas do João Gordo é sensacioooonal. Não é nada comparado aos arranca-rabos que ele promovia no palco do seu antigo talk-show. Ele visita artistas, ou pseudo, em casa. E faz as pessoas falarem barbaridades muuuito sinceras. E mais: arranca autocríticas que nenhum jornalistinha que cobre a área (me incluo!!!) consegue. Vale a pena ver, principalmente para os que estão cansados de tanta caretice no chamado jornalismo cultural. Ok, o programa do JG não é exatamente jornalismo cultural. Mas vai na linha de muitos suplementos de jornais e revistas que enfocam a vida e carreira de celebridades.

Os entrevistados são os mesmos que figuram nos veículos de imprensa e na TV. Ele não escolhe, digamos, os ícones de sucesso. Mas conseguiu transformar entrevistas com a Bárbara Paz (sim, ela sempre será a mulher que pegou o Supla na Casa dos Artistas) e com a Kelly Key (siiiim, acreditem) em bate-papos muuito interessantes. Enquanto escrevo este post aguardo a edição de hoje, segunda-feira, que terá o músico Nazi, do extinto Ira. Ele vai botar a boca no trombone sobre o fim da banda e o João certamente vai arrancar dele declarações toscas, cheias de narcizismo e mágoa os ex-companheiros. Muito divertido. O programa começou e ele já abriu a boca para dizer que o Chacrinha era jabazeeeiro. Vou assistir. Recomendo.

5 comentários:

Cláudia Lamego disse...

Nique!!! Conta depois, fiquei curiosa. Adorava o Ira! na adolescência, dancei em muitas festinhas na minha casa e de amigos. Putz, viva o João Gordo.

Vou fazer uma nova confissão, dessas que a gente faz apenas num terreno baldio, à famosa cabra do Nelson Rodrigues: eu fui ao Chacrinha três vezes!!! Meu desespero é pensar que o Pedro, passeando pelo Jardim Botânico naquelas priscas eras, tenha debochado da macaquinha de auditório que viraria sua futura noivinha!!! Aahhahahahaha

Deia Vazquez disse...

Eu nao sei como esta a a MTV ai hoje. A daqui nao tem clips mais. E so tem programa inutil, mas eu adooooro!
Meu favorito eh My Super Sweet 16, que mostra as adolescentes mais futeis do universo organizando a sua festa de 16 anos (que eh sempre num estilo "debutante espalhafatosa").
Momento confissao: quando fui fazer jornalismo, meu sonho dourado era trabalhar na MTV. Entrevistando bandas, assistando os melhores shows e ainda usando roupas descoladas de estilistas moderninhos. hehehe

Olívia Bandeira de Melo disse...

Não me lembro de MTV na minha infância, vai ver que não passava lá em Muriaé, ou os muriaeenses (com dois "e"s mesmo) não ligavam. Nem depois a MTV e os clipes musicais foram influência na minha vida.
Mas me lembro muito do programa do Chacrinha: "Roda roda roda e avisa/Um minuto de comercial/Alô alô Terezinha/É uma barato o cassino do Chacrinha".

Nossa memória é seletiva e, como todos sabem, também produz muitas fantasias. Mas me lembro de assistir ao show de calouros nas tardes de sábado, enquanto minha mãe fazia bobs nos cabelos (eram os anos 80 e as mulheres faziam permanente, tinham franja estilo Jandira Feghali e usavam ombreiras).

Me lembro da buzina, do troféu abacaxi, das chacretes dançando de collant bordado em palcos redondos, da sala de minha casa, dos bobs e das ombreiras.

Gardênia Vargas disse...

Bom, eu me pareço muito com a Monique. Não hoje, mas ontem. Nãi sei se já falamos disso, mas nossas histórias de vida tem a ver. Eu também não via MTV. Depois até que vi um pouco, mas sempre estive aquém dos meus amiguinhos roqueiros. Até hoje não sei direito quais bandas tocam o que. Só reconheço as músicas :o)

Quero ver o JG!
:o)

Gugu disse...

Eu também não tinha MTV na adolescência. Aliás, a TV mal pegava em Barra do Piraí antes do advento das antenas parabólicas. Mas o canal ganhou a minha simpatia à primeira vista, isso foi em 1996. Eu sempre gostei do João Gordo, desde o primeiro programa de entrevistas e até mesmo quando ele comandava aquele game bizarro. Depois estreou um programa junto com a mulher, em que cozinhava enquanto conversava com os entrevistados. Ótimo. Esse novo também é muito bom, mas eu vi apenas um. A entrevistada era Íris Stefanelli...