9 de abr. de 2008

Cotidianas

Os créditos começaram a cair e uma moça nos interrompe: "Dá licença, posso incomodar um pouquinho? É que eu perdi um pedaço do filme, queria tirar uma dúvida com vocês. Como o filho dela descobre que ela trabalhava num puteiro?"

Estava no Espaço de Cinema (ex-Unibanco), na segunda-feira, curtindo um filminho com a minha amiga Sanny (quem conhece, sabe que ela não é muito afeita a estranhos), quando fomos abordadas pela moça do diálogo acima, de seus 40 anos. Tínhamos assistido à "Irina Palm", um filme elogiado pela crítica, que passara no Festival do Rio ano passado, sobre uma senhora que se transforma na "melhor mão direita londrina" para pagar um tratamento médico para o neto.

"Ah, ele segue ela, né? Sabe o que aconteceu? Comecei a ver o filme no cinema do Shopping da Gávea, no sábado agora, mas a sessão foi interrompida porque um cheiro de gás invadiu a sala, todos começaram a sair em pânico. O cheiro vinha do estacionamento, não sei até agora o que aconteceu. Mas o cinema devolveu o dinheiro da entrada e hoje, passando aqui em frente, resolvi entrar e pegar a sessão de onde tinha parado. Mas perdi os cinco minutos. Quer dizer que ele segue ela, chega lá e faz o que mesmo? "

Não vou contar o resto, claro. O filme é interessante, uma comédia romântica com ótimas tiradas de humor inglês. Mas é triste, ainda mais para quem anda muito sensível com problemas de saúde e afins.

3 comentários:

Monique Cardoso disse...

Olha, passo por cada uma no cinema...sempre atraio os malas. No teatro é pior. Sempre vou ao teatro com a amiga Rachel, do JB, e toda vez senta uma pessoa muuuito mala ou mal educada ou barulhenta do nosso lado. Sou eu quem atrai. E os que riem como se estivessem assistindo a mais rasgada comédia? E os que comentam: e, a lá, ela vai beijar. Ninguuuuééém merece. E os que não entendem e fazem perrguntasssss?

Será que sou muito intolerante?

Cláudia Lamego disse...

Nique, esses que não entendem e fazem comentários óbvios o Pedro atrai. E ele fica imitando, falando alto também. Não sei o que me deixa mais desconcertada. Se os malas ou o Pedro os imitando.

Ai, tenho mais uma cotidianas para contar. Mas tô com preguiça!!!!
Beijos

Gugu disse...

Adorei as crônicas, Clau. O meu problema, no teatro, não é nem com os malas. É com os cabeçudos. SEMPRE senta um bem na minha frente! E quando não é cabeçudo tem cabelo de capacete!