7 de abr. de 2008

Foto: Antônio Teixeira / CPDoc JB


"You're in my heart/you're in my soul..."

Preciso confessar: antes de Chico Buarque, eu amei Rod Stewart! Pronto, falei. Fiquei com uma dor de corno danada porque, agora que vou casar, não pude gastar ao menos R$ 200 no ingresso mais barato para assistir ao show do inglês/escocês na Arena Rio. Na véspera, passei a tarde ouvindo os clássicos que embalaram minhas antigas paixões e fossas (como se ama e se chora na adolescência, como se não houvesse rugas no futuro), relembrando o dia em que meu irmão se recusou a me levar no show do Rod em... peraí, quando foi mesmo que o cantor esteve no Brasil e eu não pude ir porque ainda não tinha me rebelado em casa?

Pego o jornal, leio as matérias na internet e todos os textos me dizem que Rod Stewart fez dois shows no país: em 1985, no Rock in Rio I, e em 1994, na praia de Copacabana, na virada do ano. Mas, tenho certeza que meu irmão não foi em nenhum dos dois, e me lembro com clareza que ele viu Rod Stewart, e ainda trouxe de lembrança uma foto, que deixou recostada no meu travesseiro no dia seguinte (como o odiei por essa foto). Ah, agora achei num site do JB uma foto da apresentação em 1989: foi na Praça da Apoteose, eu tinha 14 anos e só iria a um grande show no seguinte, Rock in Rio II, após me jogar no chão, espernear, me enfiar debaixo do chuveiro de camisola e tudo, bater com a cabeça no armário, ameaçar meus pais e acusá-los de quererem me tornar uma adulta frustrada e uma suburbana fadada às histórias da vila onde morávamos.

Por que os críticos esqueceram da apresentação de 1989? Por que todos dizem que é a terceira, e não quarta vez, que Rod Stewart vem ao Brasil? Ontem, ouvi um programa inteiro no rádio sobre o cantor e também esse lapso foi cometido. É intrigante pensar em quantas informações erradas lemos no jornal e como, tantas vezes repetidas, essas verdades se cristalizam na história.

Mas o fato que quero registrar aqui é: eu adoro Rod Stewart, já quis "ficar" com ele (na adolescência, a gente tem vontade de beijar nossos ídolos, tá bom, eu também já quis "ficar" com o Chico Buarque e já era bem grandinha quando isso aconteceu!!!), sonhei muito com ele naquela noite em que fui obrigada a ouvi-lo apenas no vinil de capa rosa, que trazia os seus grandes clássicos. Só não sei se quero retomar esse gosto, comprando algum dos álbuns em que ele recria standards americanos ou mesmo o disco rosa, agora em CD.

4 comentários:

Deia Vazquez disse...

Muito bom relembrar os idolos da adolescencia. Mas logo Rod Stewart?hehehe. Eu fiquei revoltada quando tinha 8 anos e minha irma nao me levou no show do A-ha na apotease. Chorei por dias seguidos e nem quis ouvir o relato dela da experiencia...

A digestora metanóica disse...

Adoro saber do seu passado Rock and Roll!

Muito, muito orgulhosa do blog!

Beijo

Cláudia Lamego disse...

A-ha! Eu também gostava. Esse acho que meu irmão foi também, mas aí já não me lembro bem. Também quis muito ver o Eric Clapton, não fui... E o U-2? Quando eles voltaram ao Brasil, não sei quem estava mais diferente: eu ou eles!

Gi!!!!

Gugu disse...

Linda crônica, amiga. Aproveitando o clima de confissão, aqui vai: eu adoro o Roupa Nova e me penitencio por nunca ter me esforçado para ir a um show deles. Te amo.