E quando eu menos esperava, ele estava ali, a poucos passos do meu corpo trêmulo, coberto pelo tubinho preto desgastado da minha irmã. Mão na minha bunda, um beijo longo, língua no céu da boca. Acordei entre as pernas dele, travesseiro com cheiro de tabaco, sorriso bobo atravessado. Mês seguinte a mestruação não veio, teste de farmácia, malas prontas, mudança para o quarto e sala no Catete. E todo dia era banho junto no box apertado, café na cama, vinho barato e sexo raro antes de dormir. A barriga cresceu, fralda, hipoglós, papinha, primeiro dente e logo o pré-escolar. Passeios de domingo na praia, Quinta da Boa Vista e Museu Histórico Nacional. Três promoções no emprego, viagens internacionais, ganhos na bolsa de valores, a casa dos sonhos em Angra, o New Beatle amarelo, bodas de prata, de ouro, diamante...será que é agora que ele vem falar comigo?
*Foto produzida a quatro mãos: Miragaya e Gondim (Cemitério da Recoleta, Buenos Aires, setembro de 2007)
11 comentários:
Não tenho mais nada a dizer, a não ser: maravilhoso!! Te amo.
Credito vai pra Dolores ou pra Luciana mesmo?
Amo-te também, Guzinho. Déia, eu me fundi!
Eu me fundi é ótemo! hahaha
Lindo, lindo, Lu. Tava com saudade do prazer de ler tuas letras.
Dolores, Dolores...
Que saudades de Dolores! Calores, calores
Dolores, mais linda e profunda que nunca...Plena de cores!
Besitos
gentiiii....dolores com admirador secreto!
Queridos, aprecio o carinho...mas, repito, Dolores já não é.
Parabens pelo poder de sintese.
vc conseguiu contar uma vida...
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