Num post antigo (já temos isso!!), a Nique escreveu sobre a Fernanda Takai, o que gerou inúmeros comentários musicais aqui no blog. Eu citei, como exemplo de cantoras da nova geração que gostava, a Roberta Sá. Dias depois, eu me peguei pensando: e a Adriana Calcanhoto, por que não falei dela? (embora ela não seja da nova, mas, para mim, da - por falta de outro nome -, intermediária geração, assim como Marisa Monte)
A minha sobrinha Carminha, a loira de personalidade mais forte do Brasil, está numa fase sapatilha rosa total. Então, lembrei de apresentar a ela a “música da bailarina”, através do disco da Partimpim. A ocasião era especial: iríamos assistir juntos, eu, ela e o titio Pepê, ao bandão da Escola Portátil de Música, na Uni-Rio (que acontece todos os sábados, ao meio-dia, e é um dos melhores programas musicais do Rio, seguido de um almoço na Urca com os professores).
No carro, ela folheava o encarte e pedia: “a música da balalina de novo”. Pois, falo do disco para admitir: só fui conhecer melhor e apreciar a Calcanhoto depois que ela se travestiu de Partimpim. O disco, feito para crianças, encantou adultos e, como o “Brasileirinho de Bethânia – que nasceu para ser só um projeto sem muitas pretensões comerciais – estourou e virou show e até DVD.
Antes, Adriana Calcanhoto não passava de uma voz bonita, que, se não me engano, ouvia em novelas e rádios com hits pops como “Mentiras” (“Nada ficou no lugar/eu quero quebrar essas xícaras/eu vou enganar o diabo/eu quero acordar sua família/eu vou escrever no seu muro/e violentar o seu gosto/eu quero roubar no seu jogo/eu já arranhei os seus discos/Que é pra ver se você volta...”).
Mas, as coincidências da vida... Justamente, quando eu curtia o CD da Partimpim, uma jornalista do Globo fez um bazar de seus discos no jornal (para pagar dívidas, achei) e vendeu tudo por R$ 10 cada. Eu arrematei três da cantora, dois do Caetano, não me lembro mais quais (a biografia da Nara ela também vendeu por R$ 10, mas alguém chegou antes de mim). E assim eu passei a ouvir mais Calcanhoto, a conhecer sua aproximação com a poesia, a admirar suas referências e cores, as influências, de Caymmi a Waly Salomão, passando por Chico, Caetano e pelo cinema de Joaquim Pedro de Andrade ao pop de Eduardo Dussek.
Voltando à janela de comentários sobre o texto da Nique, dias depois fiquei pensando que eu deveria ter citado a Calcanhoto como uma de minhas preferências, aproveitando para fazer a pergunta que o Segundo Caderno, do Globo, me respondeu hoje em sua capa: por onde anda a autora de “Cariocas”? Estava gravando um disco, “Maré”, que está sendo lançado agora e é, segundo a folha do Dr. Roberto, a segunda parte de uma trilogia, iniciada em “Maritmo”. Bem, vem mais Adriana por aí. Estou até repensando aquela minha opinião de não comprar mais CDs...
5 comentários:
Esse CD eu já encomendei. Compra sim, Clau. Eu tenho quase todos os CDs (falta o ao vivo, que é maravilhoso). A Adriana Calcanhoto, sim, consegue ser sutil, mas sem cliché, sofisticada e popular ao mesmo tempo (muito popular, vide suas músicas novelísticas). É incrível como ela não cedeu a facilidade tribalística, continua se renovando.
bj
Lucas, até que enfim concordamos plenamente, hein! Na entrevista que deu ao Globo, ela contou que ouvia música clássica com os pais e rádio com a babá (qualquer semelhança com a história do Chico é coincidência, mas viva as babás!!). Um dia, segundo ela, o pai a viu nessa situação e fez cara de preocupado! Aí, já era tarde. O pop, ainda bem, já tinha conquistado um pedacinho dela. Hummm, vou comprar agora!
Nós (e a torcida do meu Flamengo) concordamos plenamente sobre:
Chico Buarque
Paulinho da Viola
Carltola
etc.
etc.
*Cartola
Ah, desculpe, mas a torcida do Flamengo está mais para Ivete, Zezé di Camargo, Cláudia Leite (etc) que para Cartola, Chico e Paulinho, né? Pára de graça, Lucas!
(comentário com alto teor de preconceito!)
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